O Apóstolo, o Padroeiro, o Poeta.
Primeiro de maio, foi o dia que o jovem José de Anchieta entrou na Companhia de Jesus. Um dia que marcou o sim da história de santidade desse jesuíta, cujas páginas escritas nestas terras se entrelaçam com a narrativa do próprio Brasil. Dois anos após os votos feitos em Portugal, na cidade de Coimbra, José de Anchieta desembarca no Brasil, em 13 de julho de 1553.
O ofício de São José de Anchieta está intimamente ligado à sua vida missionária. O trabalho ao qual se dedicou durante toda a sua vida foi apenas um: servir com criatividade, no caminho da pobreza, da obediência e da caridade, na companhia de José e Maria, na Companhia de Jesus.
Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
(Lc 16, 13)
São José de Anchieta viveu em um tempo absolutamente novo. Aos povos daquela época foi dado conhecer que existiam lugares que nunca haviam sido vistos, pessoas que nunca tinham se encontrado, línguas que jamais foram escutadas. Os olhos de Anchieta viram aquela novidade e no desafio daquele tempo decidiu-se – ainda mais – pela grandeza de Deus. Escolheu servir a Deus e a não ter outro senhor.
A escolha é um acontecimento cotidiano, mas em alguns momentos históricos ela se torna mais aguda. Ora é uma decisão pontual, ora é uma escolha global. Mas sempre se trata de uma resolução particular e decisiva que moldará nossas atitudes.
Ou escolho servir a Deus, ou ao dinheiro.
Ou escolho as pessoas, ou a economia.
Ou amo o meu próximo, ou adiro a um projeto econômico.
Um trabalho criativo
São José de Anchieta escolheu servir a Deus quando serviu aos mais fracos, esteve próximo, aprendeu e ensinou, rejeitou a escravidão dos índios, defendeu as suas aldeias, tratou dos doentes.
Um trabalho criativo, foi a sua resposta. Seguindo no caminho dos votos que professou de pobreza, castidade, obediência e fidelidade à Igreja deixou uma vasta contribuição. Escreveu poemas, empreendeu construções, mas toda a sua dedicação só rendeu frutos porque trabalhou no cuidado e na preservação da vida daqueles que lhe foram confiados.
A comunhão dos santos
Se há, portanto, em nós, amor ao santo servo de Deus, São José de Anchieta, havemos também nós de olhar para sua vida e reconhecer que não há amizade no céu se não há fidelidade na Terra. Não se pode ter uma devoção manca! Se amamos Anchieta e o temos como intercessor, também nós devemos com ele amar, como ele amou.
E esta é a primeira petição na oração de São José de Anchieta que todos os dias rezamos.
“Dai-nos a graça de servir a Jesus como tu o servistes nos mais pobres e necessitados.”
Neste ano de 2020, diante do novo que vivemos, durante a pandemia do novo coronavírus, há 469 anos da decisão de Anchieta de servir a Deus como jesuíta, temos nós de fazer a nossa escolha: a quem serviremos?
E se temos como modelo de santidade, o santo Apóstolo e Padroeiro do Brasil, havemos de responder a plenos pulmões, na vocação a qual somos chamados: o meu trabalho é servir.
São José de Anchieta, intercede por nós hoje e sempre.