25 de janeiro de 1554: Fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, berço da cidade de São Paulo e um marco na história do Apóstolo e Padroeiro do Brasil. A última missão do Padre José de Anchieta foi na aldeia de Reritiba, na capitania do Espírito Santo, distante quase 900 km da aldeia de Piratininga. Ao passo que a cidade da primeira missão conserva o nome de seu Patrono: São Paulo. A cidade da sua última missão conserva seu nome próprio: Anchieta.
Uma das principais cidades brasileiras tiveram nas suas raízes a presença do jovem irmão Anchieta que há pouco havia chegado ao Brasil. Nesta aldeia, três acontecimentos são merecedores de destaque: a celebração da primeira missa no dia que a igreja celebra a memória litúrgica da conversão de São Paulo, Apóstolo; a instalação do Colégio no qual Anchieta foi escolhido como primeiro professor, a pedido do Padre Manuel da Nóbrega; a presença e a amizade de Anchieta com o cacique Tibiriçá, descrito por ele como o “principal amigo e protetor, não só benfeitor, mas ainda fundador e conservador da casa de Piratininga e de nossas vidas”.
Anchieta era um jovem de 19 anos. Piratininga foi a sua primeira missão. O colégio era uma cabana de palha, a mesma utilizada como residência pelos jesuítas. Ainda não havia sido ordenado, quando começou a ensinar outros jovens que também se preparavam para o sacerdócio. Viveu a amizade e a proteção de um indígena, experimentou a dor de ver morrer seu amigo durante um ataque em que o cacique foi defender a aldeia.
A importante cidade de São Paulo teve suas origens na fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, quando Pe. Manuel da Nóbrega era o provincial e José de Anchieta, ainda noviço. Agora, propomos pontuar brevemente a importância e o reflexo dessa primeira missão de Anchieta em sua própria história, em particular atendo-nos a três pontos: a proteção; o ensino e a preservação da sua memória.
Proteção aos mais fracos
Foi para defender essa mesma aldeia de Piratininga que em 1563 Anchieta se apresentou como refém para um acordo de paz. Outrora o cacique Tibiriçá chegou à morte ao defender a recém criada aldeia e proteger seus amigos, agora é o jovem Anchieta que, quase 10 anos depois, está na trincheira para proteger as aldeias e seus amigos. A Santíssima Virgem foi a sua proteção. Tal modelo de conciliação, Anchieta o foi em toda a sua vida. E desse episódio nasce seu título mariano, Poeta da Virgem Maria.
O ensino
O coração daquela aldeia foi um colégio, e o jovem Anchieta o seu primeiro professor. Instruiu jovens missionários e indígenas. Mais tarde exerceu a importante função de provincial dos jesuítas, criou um jeito próprio de ensinar aos índios e colonos. Tornou-se um professor universal, registrou importantes dados em suas cartas, inovou ao escrever uma gramática da língua mais falada na costa do Brasil, o Tupi.
Missão e memória
A última missão do Padre José de Anchieta foi na aldeia de Reritiba, na capitania do Espírito Santo, distante quase 900 km da aldeia de Piratininga. Ao passo que a cidade da primeira missão conserva o nome de seu Patrono: São Paulo. A cidade da sua última missão conserva seu nome: Anchieta.
De uma grande metrópole no planalto à uma bucólica cidade do litoral, as cidades de São Paulo e Anchieta se interligam ao conservarem a memória e os registros de capítulos importantes da história do Padroeiro do Brasil.
Em São Paulo, no lugar da primeira missão jesuítica da aldeia de Piratininga está hoje o Pateo do Collegio, Pateo do Collegio, um complexo histórico-cultural-religioso que guarda a memória das origens da cidade de São Paulo e da missão da Companhia de Jesus no Brasil e no mundo. No Espírito Santo, está o Santuário Nacional de São José de Anchieta, local onde Anchieta viveu os últimos anos de sua vida e morreu em seu quarto, ao lado da igreja que ele mesmo construiu e dedicou a Nossa Senhora da Assunção.
Na memória litúrgica da Conversão de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, o Brasil deve recordar o seu Apóstolo, que encontrou nas palavras de Paulo o seu grande ministério. “Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco, é que sou forte.” (2 Cor 12,10).