Peregrinos da Esperança | Mensagem do Provincial dos Jesuítas do Brasil

Peregrinos da Esperança | Mensagem do Provincial dos Jesuítas do Brasil

No dia 20 de maio de 1521, em Pamplona, um tiro de canhão iniciou um processo de conversão pessoal que impactou o destino de um cavaleiro, de milhares de pessoas e da própria Igreja Católica.

Em 8 de maio de 1553, um jovem de 19 anos, portador de uma enfermidade incurável, partiu de Lisboa até a Terra Nova, o Brasil.

Como entender estas pessoas que a partir da dor intensa que sentiram se abriram a mudanças e se colocaram à serviço de Deus e do próximo?

Ao refletirmos sobre as vidas e histórias de Santo Inácio de Loyola e São José de Anchieta, somos convidados a discernir como podemos, principalmente em tempos de desolação e dor, buscar dentro de nós uma escuta atenta para o Deus misericordioso que nos convida a todo o momento a celebrar a vida e a colocá-la a serviço dos outros.

É este processo que nos leva a uma conversão pessoal e nos permite sermos luz e caminho e contribuir para uma mudança na comunidade em geral.

São José de Anchieta, teve a coragem para fazer a travessia e encarar os desafios ainda desconhecidos, na vida nova pela qual optou, quando partiu em missão para o Brasil. Assim como Santo Inácio que encarou de frente todos os seus medos e questionamentos e permitiu que Jesus o conduzisse por um novo caminho. Anchieta e Inácio são peregrinosOs peregrinos da esperança. Levaram a fé e a Boa Nova e contagiaram pessoas, mudaram o rumo da história e marcaram positivamente muitas vidas.

Neste tempo de celebração do Ano Inaciano, vamos entender o convite da Companhia de Jesus para que cada um de nós se coloque em processo de conversão. Sentindo as dores deste período tão difícil, mas também percebendo que este mesmo cenário de sofrimento, mostra-nos um caminho de fraternidade e nos convida para uma ação que tem como foco principal cuidar do outro.

Este olhar diferenciado e amoroso é o combustível necessário para a visão de um mundo mais justo. Foi esse olhar de um jovem europeu de 19 anos que, nas palavras do Papa Francisco: “era tão grande a alegria, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação. Sentiu sobre si mesmo o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de alegria. Esta foi a sua santidade. Anchieta não teve medo da alegria”. De ir anunciar, integrar-se, inculturar-se junto com aqueles que encontrava na nossa terra.

Que o Ano Inaciano e este período de celebração a São José de Anchieta, mova os nossos corações e nos permita viver novas todas as coisas em Cristo.

Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ

Provincial dos Jesuítas do Brasil 

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