Relatos das peregrinações e romarias a pé que marcaram o encerramento da Festa Nacional de São José de Anchieta 2019.
“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9,20). A pergunta de Jesus aos apóstolos no Evangelho moveu o coração dos discípulos a uma resposta. Pedro toma a frente e responde “Tu és o Cristo”.
Então Jesus dirige seu olhar aos apóstolos e lhes diz: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e me siga” (Lc 9, 23).
Há, então, a necessidade de uma nova resposta. Mas como responder a esta ordem? Os apóstolos responderam com a vida. Levaram a sua cruz, cotidianamente.
Se desde o início da Festa do Apóstolo e Padroeiro do Brasil somos motivados a conhecê-lo para amá-lo mais e imitá-lo, certamente as peregrinações, especialmente feitas a pé, são uma experiência prática dos esforços que fizera outrora Anchieta nestas terras.
A fragilidade da saúde do jovem Anchieta foi uma cruz. Uma dolorosa tuberculose óssea o impedia de andar a cavalo, por isso andava sempre a pé.
O apóstolo do Brasil tomou a sua cruz. A dor nos ossos. E seguiu. Caminhando.
E deste caminho de cruz, Deus fez grandes coisas. Desta dor, fez remédio. Desta exigência fez milagres. Anchieta não teve sua dor curada, mas levou, e ainda leva, o remédio de Deus a muitos. Porque no seu testemunho está a Cruz de Cristo.
“Aqui viveu o Apóstolo do Brasil!”
Exclamou com os braços abertos, senhor Dario, de Rio das Ostras, Rio de Janeiro, que participou dos Passos de Anchieta pela primeira vez. “A vida dos santos sempre foi uma vida dura e simples”, disse.
Caminhar exige esforço. Trata-se de uma experiência pessoal, na qual as forças tem origem em Deus.
“Não tenho palavras para explicar a alegria do reencontro ao chegarmos ao Santuário. Saímos da Catedral e nos encontramos aqui depois de quatro dias de uma caminhada na companhia de Deus”.
“Foi difícil, mas ao chegar aqui tenho vontade de fazer tudo novamente”
As amigas partilharam a caminhada juntas. Isabel, vindo pela segunda vez disse ter encontrado ainda mais entusiasmo entre os participantes deste ano. Já a jovem Vanessa, estreante nos Passos, feliz com a experiência deseja voltar.
Do extremo sul da Patagônia para Anchieta, o grupo de argentinos foi recepcionado com muita festa.
“Fizemos 100m da caminha e fomos recebidos com muitas palmas. Estamos impressionadas com a acolhida”.
“Foi muito significativo conhecer o lugar onde morreu São José de Anchieta. Desde muito pequenos conhecemos e estudamos Anchieta e os jesuítas”.
“Tenho o desejo de conhecer mais Anchieta como santo.”
Durante todo o dia peregrinos e devotos de Anchieta chegam ao Santuário Nacional e encontram música, oração e acolhida.
Os peregrinos dos Passos de Anchieta percorreram 100 km a pé em 4 dias de caminhada desde a Catedral Metropolitana de Vitória-ES, até o Santuário de Anchieta. Este ano chegou à 22ª edição.
A Romaria dos Devotos de Anchieta percorreu um trecho de 18 km. Saindo de Jabaquara, interior do município de Anchieta, os romeiros expressam sua devoção ao Apóstolo e Padroeiro do Brasil em uma caminhada que tem início na madrugada do dia em que se encerra a Festa Nacional de São José de Anchieta.