Senhor que eu seja verdadeiramente apaixonado por Ti, o tema da novena é um pedido, uma oração, um alento ao nosso coração que tem esse desejo de viver de Deus. Padre Firmino conduziu a oração da novena e Padre Célio a celebração da Missa. Faça essa experiência!

Estar disposto a um encontro pessoal com o Senhor trilhando o caminho proposto pelo Apóstolo e Padroeiro do Brasil nos leva a um movimento poético, de beleza. Aproximando-se da metade da novena a São José de Anchieta somos afrontados por um tema que é ao mesmo tempo pedido, oração e deleite: Senhor que eu seja verdadeiramente apaixonado por Ti.

Se as palavras dessa frase que nos guia no quarto dia de oração da novena representa para nós aquele alívio, aquele sim, Senhor, era isso que eu precisava lhe pedir, a São José de Anchieta coube favorecer-nos com uma resposta poética:

“Inteiro eu ame a ti, de coração constante”

Dos poemas eucarísticos de São José de Anchieta 

 

É o mistério da comunhão dos santos. Experimentar uma devoção é aproximar o nosso coração daquele, ou daquela, a quem veneramos com amor, respeito, gratidão. E essa aproximação vai gerando em nós como que um jardim cuja semeadura, se dá pelo encontro com seu testemunho, a rega com a certeza da segura companhia, a poda… a vida se encarrega dela. A colheira das flores e dos fruto acontece numa vida de oração que penetra nossa existência e faz descortinar nossos olhos para reconhecer os traços do amor de Deus por nós onde estamos. Na mesma casa, na mesma manhã, nos mesmos lugares para refeição, até mesmo nas mesmas ausências. Porém, reconhece em tudo cor, força, beleza.

Atitude fundamental e constante da nossa vida é a busca e a opção por Jesus Cristo. Nosso conhecimento de Jesus, nunca será pleno porque somos limitados, mas buscamos um dia conhecê-lo plenamente, na terra vivemos nessa busca. São José de Anchieta fez essa experiência com Cristo e a fez através dos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola.

Firmino Martins, SJ

O Bem supremo é o conhecimento Jesus Cristo (cf Fil 3, 7). E nosso coração não se contenta se não tiver os mais altos ideais de Cristo.

Isso tudo é lindo, mas onde está a minha limitação?

Na celebração da Missa, memória litúrgica de São Carlos Lwanga e seus companheiros mártires, seguimos pedindo a amiga e carinhosa intercessão de São José de Anchieta.

“O nosso sonho deve ser o sonho de Deus”, já fomos nós alertados por Padre Célio na oração das intenções. “Deus não nos deu um espírito de timidez” (2 Tm 1,7) ouvimos e o coração saltou, na primeira leitura. “Ó Senhor, para vós eu levanto os meus olhos” (Sl 122) cantamos no salmo e inclinamos nosso olhar. No Evangelho, uma experiência desconcertante, “Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Mc 12,24) começa a responder Jesus para uma pergunta hipotética, confusa e cheia de malícia, como tantas que ouvimos. Querem colocar Jesus em apuros. A nós também!

“A santidade é a vocação para a qual somos chamados”, começa padre Célio. “O senhor não nos deu um espírito tímido” repete. “O melhor mundo possível, em outras palavras, é o reino de Deus em sua plenitude”, continua. “É necessário viver de forma que possamos antecipar essas realidades do Reino aqui nessa terra. Afinal não é o que rezamos no Pai Nosso?” questionou. Sorte nossa, respondeu, “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu”.

Nos momentos em que se escuta aquilo que se fala ao coração, o silêncio é uma resposta possível. Não menor, talvez a mais adequada. Porque são nessas circunstâncias que o nosso coração se dilata para Deus e a nossa alma se esvazia da secura para expandir-se de ânimo.

“O cristão missionário não pode ser alguém de alma pequena, de coração pequeno”.

José Célio, SJ

É isso que Paulo incentiva a Timóteo, isso que Anchieta trouxe no coração ao deixar a Europa e vir para o Brasil, isso que nós jesuítas chamamos Magis: não pensar pouco, pensar alto, porque é isso que representa o Reino de Deus. Se eu tenho que ser um professor, que eu seja o melhor a partir de mim mesmo e não em competição com o outro. Se catequista, que eu ofereça o melhor de mim. Não posso ser um cristão de qualquer jeito.

“Não veio com espírito de timidez”, insiste, repete mais uma vez. “Essa é a ousadia que Deus nos dá”, explica. “Deus não é Deus dos preguiçosos”, desenha.

“Temos que sonhar alto. Desde que seja o sonho de Deus, será o mais audacioso possível. Não tenhamos medo de sonhar, não tenhamos medo de querer aquilo que Deus quer”, encoraja-nos.

Uma frase, um lema, uma chave

Trabalhar como se tudo dependesse de nós, mas confiando, sabendo que tudo depende de Deus.

“Se assim não vivermos vamos ser cristão medíocres, pessoas ansiosas que acham que a vocação é nossa, que a missão é nossa e que pelas minhas próprias forças e capacidades eu vou realizar tudo. Mas não nos enganemos, é Deus quem realiza tudo em todos nós e em cada um em particular”, acalmou, Padre Célio, o nosso coração.

Esse lema da Companhia de Jesus orientou São José de Anchieta e a tantos jesuítas também há de nos orientar, fiéis devotos do Apóstolo do Brasil.

Agradecer nossos mestres

“Anchieta antes de ser esse grande Apóstolo do Brasil teve grandes formadores, superiores como o Padre Manoel da Nóbrega”, com esta afirmação Padre Célio recorda uma informação importante sobre a história Anchieta: jovem, aos 19 anos chegou ao Brasil, no ano de 1553, depois de frequentar apenas 2 anos do noviciado em Coimbra, Portugal (1551), continuou sua formação no Brasil, sua ordenação aconteceu somente 13 anos depois de ter chegado ao Brasil, em 1566, quando com 36 anos foi ordenado sacerdote na Catedral de Salvador, na Bahia. Quantos mestres ele encontrou aqui nessa terra!

Como Padre Célio também encontrou, “Padre Bertolin na minha formação logo no início da Companhia de Jesus muitas vezes teve de me dizer coragem! ânimo! a missão não é sua, a missão é de Cristo, é Ele que te chama e faz a missão acontecer”.

Como nós também encontramos.

Inteiro eu ame a Ti, de coração constante.

São José de Anchieta, rogai por nós.

M I D I A S    S O C I A I S 

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NOVENA A SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

A Novena a São José de Anchieta é rezada todos os dias às 19h e transmitida nas mídias sociais do Santuário Nacional de São José de Anchieta. O texto completo da Novena está disponível no site do Santuário Nacional de São José de Anchieta e no Livro Devocionário a São José de Anchieta, que pode ser adquirido entrando em contato pelo WhastsApp da Secretaria do Santuário  e também no site da Editora e em livrarias on-line.