Apresentamos – em texto e áudio – uma entrevista especial com o Irmão Marcos Epifânio, SJ que nos fala da vocação do irmão jesuíta em uma perspectiva histórica e atual. Você sabia que a Companhia de Jesus tem irmãos consagrados e não só padres?
Dia 31 de outubro foi a data escolhida para esta entrevista uma vez que marca a memória de Santo Afonso Rodrigues, patrono dos irmãos jesuítas. Uma oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre a – pouco conhecida – vocação do jesuíta irmão. Estão entre os temas desse aprofundamento: um panorama histórico e as mudanças com o Vaticano II; o discernimento vocacional e a importância do testemunho; a espiritualidade inaciana vivida em tempos de pandemia e na internet.
Encontramos nesta rica entrevista as máximas da espiritualidade inaciana vivida no cotidiano da vocação.
Por isso, uma novidade! É possível acessar a entrevista em dois formatos: texto e áudio. Organizadas por temas, as principais partes da entrevista estão escritas e as respostas na íntegra podem ser ouvidas em áudio, para sentir a emoção de cada mensagem!
Uma nova forma para uma melhor experiência de aprofundamento.
Irmão Marcos Epifanio Barbosa Lima, SJ tem mais de 20 anos de consagrado, atua hoje em duas frentes de missão apostólica, em Teresina, no Piauí: a educação e a espiritualidade. Publicou recentemente o livro “Autobiografia e educação inacianas: uma análise didática”, pela editora Nova Aliança, e neste dia 31 lançará a obra “Cartas e Máximas Espirituais de Santo Afonso Rodrigues”, pela Editora Loyola.
Acompanhe
Somos um grande corpo apostólico.
O Jesuíta irmão começa a existir na Companhia a partir de Inácio de Loyola já em 1550 e desde então ele é um membro efetivo dessa ordem, um consagrado com os votos de pobreza, castidade e obediência, com a missão apostólica que ele exerce onde quer que seja chamado, em qualquer realidade apostólica que sirva à missão de Jesus Cristo e à maior glória de Deus.
Então, o carisma do religioso jesuíta irmão não distingue em nada dos demais religiosos jesuítas sacerdotes na Companhia, sendo uma única e mesma vocação à vida em missão e em consagração com carisma inaciano e com a consagração na Companhia de Jesus à igreja em vida comunitária, em vida de oração tal e qual todos os demais jesuítas. Somos um grande corpo apostólico. Jesuítas irmãos e Jesuítas sacerdotes unidos pela missão de evangelizar através dos exercícios espirituais e nas redes que nós compomos como consagrados ao Rei.
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O Jesuíta irmão revela o rosto do Cristo simples no mundo, revela o apostolado que é revestido de toda uma cotidianidade.
A vida dos Jesuítas irmãos muitas vezes não é tão conhecida justamente por sua atividade e carisma ser muito dentro das nossas obras, dentro de nossas casas, até o Concílio Vaticano II. Depois disso, nas década de 70, 80, 90 e agora, neste século 21 que se nos abre já há 20 anos, têm mostrado e revelado o carisma e a vocação do irmão em apostolados externos, em atividades apostólicas que ajudam a projetar a vocação do irmão e o modo simples, sereno, casto, obediente e pobre de proceder.
O Jesuíta irmão revela o rosto do Cristo simples no mundo, revela o apostolado que é revestido de toda uma cotidianidade. Nos encontramos no trabalho, na missão, com o cotidiano da vida junto a todo o povo de Deus e, como povo de Deus, consagrado na Companhia.
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O exemplo arrasta!
A experiência de discernimento é um chamado de Deus e uma resposta pessoal. De minha parte foi também o testemunho de outros que, com a alegria do evangelho, conseguiram viver a vocação de irmão a ponto de me influenciar a eu também gastar a minha vida com esse modo de proceder dentro da Companhia, em relação à vocação do jesuíta irmão.
Viver a espiritualidade como religioso jesuíta é uma graça de Deus porque somos chamados, como consagrados e como místicos inacianos, não só a viver e beber dessa fonte, mas também a ofertar a outros a graça e o tesouro que são os exercícios espirituais e a espiritualidade inaciana.
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Escrever, mais que arte é um dom.
E é um dom que deve ser doado para os demais e por isso eu me vejo como um escritor que evangeliza e tento buscar nos temas que escrevo a espiritualidade inaciana e como isso serve, cotidianamente, para todas as pessoas hoje.
Com muita alegria, oferto esse livro (lançado hoje) das cartas de Afonso traduzidas e comentadas junto às suas máximas a todos os jesuítas irmãos do mundo, do Brasil e da nossa província.
Que possa ajudar a entender o coração e a relação daquele santo jesuíta e de Santo Inácio de Loyola, através do livro Autobiografia e educação inaciana: uma análise didática para todos os educadores, para todas as pessoas de bom coração que querem aprender de Inácio que aprendeu de Deus, para que a gente chegue – criador e criatura – em um diálogo, em um colóquio íntimo e fraternal.
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As ofertas de possibilidades de rezar através dos canais que a internet oferece tem sido uma experiência de libertação e um oásis em meio à tanta sede, à tanto deserto.
Os tempos de pandemia que ainda estamos vivendo deve ser para nós um grande alerta de como podemos no pouco que somos, no pequeno das coisas que temos continuar fazendo o bem no mundo, sem perder a esperança nunca, alimentados pela fé e conduzidos pelo amor, assim tudo terminará bem.
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Preste atenção nos religiosos que sabem sorrir.
Se você é uma pessoa de boa vontade que quer fazer o bem no mundo e está com essa paz inquieta sem resposta para ela ainda, eu digo a você: coragem, ânimo e não desista! Siga sua primeira intuição, siga o seu primeiro amor. Fale, abra-se, coloque-se para pessoas que já consagraram a sua vida e a vivem bem e os consagrados que sorriem! Preste atenção nos religiosos que sabem sorrir, nos religiosos que enxergam a vida como Dom e graça para os demais. Os religiosos que vivem de forma leve a sua vida consagrada.
E quanto mais tiver o frio na barriga, melhor. Para poder dizer que a vocação é tua, que Deus te dá e ninguém pode tirar se você não deixar. Então, permita-se encontrar pessoas consagradas em uma feliz consagração ao reino para poder com elas discernir o que Deus quer para ti. Busque aonde quer que vocês estejam pessoas felizes, de bem com a vida e que vivem a ética nas relações para espelhar-se e para junto com ela perguntar: o que é para mim e como pode ser o meu futuro nesse modo: ético, feliz, esperançoso, doado aos demais.
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Um grande jesuíta que ilumina a todos.
Uma grande alegria poder conversar com todos os devotos do Santuário Nacional de São José de Anchieta onde saúdo na figura do padre Nilson Marostica a todos que estão vivendo essa devoção tão bonita a nosso grande taumaturgo, ao nosso grande santo, Apóstolo do Brasil, São José de Anchieta. Um grande jesuíta que ilumina a todos e aos jesuítas, a querermos o Reino e trabalharmos pelo Reino confiando em sua misericórdia, assim como diz a nossa bandeira do Espírito Santo: trabalhar como Se Tudo dependesse da gente e confiar sabendo que tudo depende de Deus.
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