Às ruas em procissão. No mesmo dia que a Igreja celebra solenemente o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, tem início os Passos de Anchieta, peregrinação de 100km que refaz o trecho percorrido pelo Apóstolo e Padroeiro do Brasil. A chegada dos peregrinos ao Santuário Nacional de Anchieta acontecerá no próximo domingo, quando se encerra a Festa Nacional de São José de Anchieta de 2019.
Por Ligia Maria Fiorio Custódio Pessin
Passos deixam marcas. Agora, os peregrinos caminham seguindo as marcas deixadas pelos passos de São José de Anchieta. Jesus Eucarístico sai às ruas. À vista de todos deixa suas marcas nas almas que o contemplam e também nos tapetes cujos passos o sacerdote percorre para O conduzir no ostensório.
Com que cuidado e dedicação os tapetes são confeccionados! Quanta beleza há no percurso dos Passos de Anchieta. Quão bela é a criação de Deus, certamente se pode exclamar. Beleza de Deus!
Deus, sumo Bem, deixa suas marcas no belo. Beleza que reflete seu divino criador. Beleza que contemplamos, beleza que tentamos imitar. A mesma beleza que reconhecemos nos pés do mensageiro que anuncia a paz (Is 52,7).
Com seus passos, Anchieta levou a Eucaristia a muitos lugares. Por isso é tão significativo que os Passos de Anchieta tenha início no dia de Corpus Christi. É a providência a nos ensinar por Quem caminhamos.
Quantas vezes Padre Anchieta levou a Eucaristia aos lugares que hoje percorremos? Nesses lugares, teria chegado, teria sido vista e recebida a divina comunhão pela primeira vez, pelas mãos do Apóstolo do Brasil? O amor marcou os seus passos. E em seus passos, a santidade foi o seu ostensório.
O esplendor da Beleza é o próprio Deus, cujo rosto é Jesus. Nos passos, na areia, nos tapetes, na vida dos santos, na vida dos mais frágeis, como das crianças, dos idosos e também dos desconhecidos.
Neste ano de 2019, a solenidade de Corpus Christis foi celebrada no mesmo dia, 20 de junho, em que se comemora o Dia Mundial dos Refugiados. Por isso, Papa Francisco escreveu “Jesus se fez pão partido para nós, e nos pede que nos doemos aos outros, que não vivamos mais para nós mesmos, mas uns para os outros”. Anchieta viveu para o outro. Doou a sua vida. Foi ao encontro daqueles que eram desconhecidos, para ele, mas não de Deus.
Nas procissões solenes, nos passos de Anchieta, na nossa caminhada, não teríamos nós também encontrado imigrantes ou refugiados? Teríamos nós tentado descobrir a beleza escondida, onde a beleza não está aparente? São José de Anchieta, o Poeta da Virgem Maria, esforçou-se por encontrar a beleza escondida nas pessoas que encontrou nessas belas terras, até então, desconhecidas por ele.
Em direção ao Santuário, os 04 dias de caminhada prolongam o mistério que celebramos em Corpus Christi.
Celebrar a festa de um padroeiro é reconhecer a vida santa, em conformidade com a vontade de Deus, que levou aquele que hoje chamamos de santo. Comemorar a santidade é, portanto, o reconhecimento de uma festa que não tem fim.
A Festa Nacional de São José de Anchieta terminará com os Passos de Anchieta que teve seu início na Festa da Eucaristia. Não haveria maneira melhor de coroar a festa do Santo Apóstolo e Padroeiro do Brasil: celebrar o tesouro que trouxe para estas terras, a Eucaristia, isto é, o próprio Cristo.
São José de Anchieta, caminhe conosco e ajude-nos a seguir os seus passos.